domingo, 21 de fevereiro de 2010

Motorista precisa-se!...

Eu e o meu carro novo... que dupla!

Já começámos os dois a enfrentar as ruas de Luanda...os dois a 0Km!...

Cada vez que me lembro as vezes que me queixei de falta de civismo em terras lusas dá-me vontade de bater na boca!...

«Não pares nas passadeiras a não ser que o carro de trás esteja longe e mesmo assim põe os quatro piscas, principalmente à sexta-feira»... WHAT?!?...

O lado positivo é que o trânsito é tanto que mesmo perdidos sem telemóvel (já aconteceu!) temos todo o tempo do mundo para nos situarmos...ou perguntar por direcções ao vizinho do lado que lê o jornal enquanto conduz (não aconteceu mas poderia)...

A verdadeira prova de fogo vai ser amanhã... começa o bules, a creche, a vida nova, os horários e as responsabilidades... mas de boleia com o motorista do serviço! Porque embora não esteja à venda já me compraram um bocadinho...

Oito da manhã (pois é A.M.!) primeira reunião da agenda (já) preenchida da semana... pode ser que ajude a passar o tempo sem pensar muito nas ruas que aprendi a conhecer como as palmas das minhas mãos ou naquelas por onde não cheguei a passar mas que valendo-me do meu excelente sentido de orientação passaria sem grande dificuldade...

Por enquanto... "motorista" precisa-se para dar "rumo" à minha vida... ou talvez um bom GPS... estas "ruas" de Luanda não são fáceis... aqui não há sentido de orientação que nos valha!...

MSM

Curtas e Boas #3

Note to self:
Nunca digas "desta água não beberei"...
Nunca digas que jamais farás isto ou aquilo...
Nunca digas que não vai custar e que vai ser fácil seguir em frente sem olhar para trás...
Nunca penses que a razão está acima de qualquer sentimento...
E principalmente... Nunca digas nunca!...

MSM

Como é Possivel...

Há lugares que nos marcam tanto que por vezes parece que de alguma forma já pertencemos a ele numa outra vida...

Lugares que guardamos na memória de tal forma intactos que temos a certeza que um dia mais tarde, ao regressarmos, nos irá receber de braços abertos com o mesmo calor de sempre...

É incrível como em segundos o que nos parecia eterno se torna irreconhecível...

Uma das desvantagens de estar a quase oito horas de avião é ficar sem noticias...mas tenho de acreditar que estão todos bem... e desejar que aqueles que precisam arranjem forças para superar...


MSM

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

WHAT DAY IS THIS?...

Pois é...finalmente CHEGUEI!

Agora é MESMO de ANGOLA para o (nem que seja o MEU) MUNDO!

Poderia dizer there's no place like home mas dizer apenas isso sobre Luanda seria subverter de certa forma a realidade... a verdade é que os sentimentos que tenho sobre a cidade e as pessoas que nela vivem (longe de serem somente angolanos) roça quase a bipolaridade.


Se por um lado algumas coisas as sinto como muito familiares e as tomo como quase minhas, outras são-me completamente estranhas como se pertencessem a um mundo completamente o oposto do meu...

Se já "caiu a ficha"? Nop... parece que ainda estou de férias... mas sinto a crescer dentro de mim o sentimento de que agora a minha realidade é esta e que tenho de me habituar a ela, sob prejuízo de deixar de ser a pessoa estupidamente feliz que sempre fui ou que sempre "SENTI SER"...

O pior é a falta... de TUDO! E não se trata de coisas materiais porque aqui não falta nada, desde que se possa pagar... é principalmente a falta daquilo que não cheguei a SER, a TER a CONSEGUIR, a CONQUISTAR... Sinto que poderia ter sido tão mais do que aquilo que fui na terra que me viu crescer, com as pessoas que me ajudaram a ser quem sou...

Sinto falta do EU que poderia ter sido...E principalmente já sinto falta de TUDO aquilo que me vou esquecer... porque já me disseram que isso acontece, esquecer-mo-nos de coisas que a dado momento eram importantes para nós e nesse mesmo momento pensámos e desejámos que durassem para sempre...

Mas como sou teimosa vou continuar a pensar que as boas recordações nunca desaparecem e que jamais poderão ser substituídas por outras, porque cada uma delas vale por si só...

Se é suficiente? óbvio que não! Mas a verdade é que o que nunca ninguém confessa quando diz que guarda as boas recordações com carinho é que secretamente, lá no fundo, tem esperança que aquele sentimento volte, que se reviva aqueles momentos ainda que de uma outra forma, num outro lugar,mas com a mesma intensidade...

Mas as saudades que eu sinto do que poderia TER SIDO...

P.s. Dei-me conta que estou num lugar que se assemelha a um "poço" de potencial material literário... à falta de outras fontes de onde beber a minha inspiração espero que o dia-a-dia nesta cidade me forneça o suficiente para manter este blog...por agora a falta de tempo não me permite e a bem da verdade o meu estado de espírito também (ainda) não...

MSM... in Luanda

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Poderia a Sofia responder assim?


Querida Elite,

Ao ler a tua última carta o primeiro pensamento que me veio à cabeça foi "sou uma privilegiada"!... que de outra forma poderia eu sentir-me quando por mais que volte para trás nas minhas memórias não me recordo da minha mãe de outra forma que não com ternura... amiga, companheira, exagerada por vezes, disciplinadora mas bondosa e com um colo do tamanho do mundo...

Já dei por mim várias vezes a pensar que quero para o meu filho uma infância e uma adolescência como a minha, quando no fundo o que eu gostaria mesmo era de ser uma MÃE como a minha... Parece tudo "cor-de-rosa"? Desengana-te Elite, nada é... mas qualquer dia pode ser que partilhe uma outra carta contigo...

Desta vez o que quero partilhar contigo Elite é a minha "mão levantada"... ao ler a tua carta descobri que também eu tenho uma "mão", que cada vez que me deparo com ela me faz regressar àquele lugar do qual eu me quero dissociar... Esquecer?!... NUNCA!

Tudo o que vivi faz-me ser quem sou, sem todas essas vivências boas ou más não seria EU e jamais poderia gostar do "EU" como gosto.

Mas essa minha "mão levantada", ao contrário de ti, não me faz fugir dos carinhos nem dos "estalos" (por vezes merecemos alguns, daqueles que nos fazem crescer e ser pessoas melhores), mas faz-me morrer de vergonha de tudo o que possa representar um "embaraço público"... sim, é muito menos poético, eu sei...

A memória que me vem à cabeça é como, e podes rir á vontade desta "estupidez", quase me enfiei num buraco porque os meus tios resolveram ir almoçar num parque munidos de merenda, facto que à altura eu desconhecia ser normal no Canadá e , mais uma vez, me fez morrer de vergonha.

Mas a minha vida está cheia destes episódios e não foi preciso fazer psicanálise para perceber o porquê, bastou crescer, amadurecer e conhecer-me melhor para entender a razão de não conseguir ser "mais extrovertida e descontraída" como por várias vezes me foi chamado a atenção.

Mas o pior é quando qualquer situação embaraçosa para alguém me faz querer enfiar a cabeça na areia como as avestruzes e desaparecer, porque a sinto como se fosse comigo...

Mas todas as estórias têm um lado positivo e esta também tem... nunca cedi a qualquer pressão dos meus "pares" para cair em qualquer vicio que me "mascare" a minha maneira de ser... não dei nem nunca vou dar oportunidade a qualquer vicio de me "mascarar" a personalidade, "manipular" as minhas relações com os outros ou comigo mesma... e principalmente nunca deixarei que um desvio de comportamento ou alteração de estado de "sobriedade" me faça parecer aquilo que não sou ou que deixe qualquer dúvida a quem é mais importante para mim que os AMO acima de qualquer "coisa".

Seja de extrema felicidade ou de extrema dor (ou tudo entre as duas) prefiro viver tudo o que me está reservado sem "muletas" nem "máscaras"... aceito tudo como vem, não me resigno mas lido com isso à minha maneira, sozinha ou com ajuda de alguém, mas sempre consciente e alerta.

E depois disto tudo não seria justo não dizer que amo também o meu daddy de paixão tal como a minha mãe. Cada um à sua maneira e da melhor forma que puderam foram os pais que eu ESCOLHI, sim, porque eu acredito que mesmo que não se possa escolher a herança genética que nos liga a determinadas pessoas e que nasce connosco, os laços afectivos só se criam a partir do momento que nós fazemos a escolha de os criar ou melhor de os ACEITAR.

Querida Elite, descobri que nunca é tarde para nos aceitarmos, assim como nunca é tarde para aceitarmos as pessoas que queremos que façam realmente parte da nossa vida, com todos os seus defeitos e "bagagem emocional". E saber distinguir o que significa a "mão levantada" e aceitar finalmente o carinho que sempre soubemos que merecíamos é um longo processo que podemos apenas esperar que não dure a vida toda, mas antes que se concretize antes do fim dela (vida).

Mas principalmente JAMAIS ter medo de perpetuar ou reviver os erros dos outros... mudar o ciclo depende ÚNICA e EXCLUSIVAMENTE de NÓS. A partir do momento que o reconhecemos, ao repetirmos, deixa de ser um "problema" de alguém para ser somente um "problema" NOSSO! E aí talvez a psicanálise ou a introspecção, dependendo dos gostos, ajude...

Mas será que quem nos levantou a mão não terá tido outros tantos obstáculos para ultrapassar... Será que aprenderam a diferença entre "levantar a mão" para um estalo ou para um carinho ou precisam de mais um tempo?...

Pode ser que nos respondam... por carta!

Jokas
MSM

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Curtas e Boas #2

«Não vale a pena sofrer por antecipação nem às prestações... Quando a altura chega dói na mesma... quem morre na véspera é peru!...»
Pois... é fácil falar!
Wanna change places?!...

MSM

Be My Nelly...I promise I'll be your Kelly!


DILEMMA
Há músicas que entram no ouvido e não saem, de tal forma que nos fartamos delas... há outras que tempos depois vamos buscar ao baú porque achamos que têm tudo haver... e depois não nos saem da cabeça... for good reasons only...

MSM

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Curtas e Boas* #1

O Síndrome Bolacha Maria quando ataca não escolhe sexo, idade ou estrato social! Sou só eu que reparo ou anda por aí muito boa gente que pensa que é a bolacha mais gostosa do pacote?...


Enfim... Grow up, get a mirror or see a shrink!

*Para mais tarde (talvez) desenvolver

MSM

É por Amor...



Despedida/É por amor
(Alexandre Pires)

«A noite da lua cheia
É quase imprescindível
Na silhueta do seu corpo
Eu vejo o invisível
O vento traz de seus cabelos
Um cheiro suave
E eu te juro amor eterno
Nesse instante
Que mágica tem os seus beijos
Que me enlouquecem
Seu jeito de fazer amor
Que é sempre tão suave
Você já sabe como eu gosto
É tudo o que preciso
Eu não seria o mesmo
Se eu não te encontrasse
É por amor que a gente sempre faz coisas impossíveis
É por amor que os corações se tornam tão indivisíveis
Só no amor gente entende e sente
O quanto é importante
É por amor que eu estou contigo
E vivo cada instante
Você me faz sorrir do mundo e das dificuldades
É o meu porto mais seguro em minhas tempestades
E quando de loucura e medo, eu fico sem saída
Você me acalma e ilumina a minha vida
É por amor que a gente sempre faz coisas impossíveis
É por amor que os corações se tornam tão indivisíveis
Só no amor gente entende e sente
O quanto é importante
É por amor que eu estou contigo
E vivo cada instante
Oh... É por amor...
... Só no amor gente entende e sente
O quanto é importante
É por amor que eu estou contigo
E vivo cada instante
Quando o amor chega assim de repente
Quando o amor toma conta da gente
Quando o amor é verdade
Quando o amor é total
Quando o amor dorme e acorda contigo
Quando é seu companheiro e amigo
É de verdade...»

MSM

Oh Pátria nunca mais esqueceremos...


http://batalhao.no.sapo.pt/index8.htm



MSM

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Daqueles dias em que...ou simplesmente "PARA TI..."


Pois é... hoje é um daqueles dias em que se tivesse nascido com o dom da palavra começava a escrever um lindo romance... uma bela estória de PAIXÃO (sim, porque amor é outra coisa e até eu que não nasci poeta sei ou sinto a diferença...)!


Uma daquelas estórias onde acontece inesperadamente aquilo que sempre esperámos... onde os protagonistas são lindos de morrer, por dentro e por fora... onde tudo começa da forma mais estranha mas ao mesmo tempo perfeita...onde os diálogos, pensados ou não, são inteligentes e bem construídos... onde cada palavra, cada gesto, se encaixa de forma tão harmoniosa que resulta num enredo sem falhas... onde, apesar de tudo ser tão perfeito, a monotonia não se instala... onde os des(encontros) não estragam nem comprometem a trama... onde não existe culpa nem arrependimento a pairar sobre os personagens... onde se anseia a cada palavra, a cada acontecimento, SABER MAIS, SENTIR MAIS, VIVER MAIS... e onde o fim não deixa um sabor amargo da separação, mas antes o gosto doce da saudade de momentos bem vividos... momentos que queremos que voltem sempre, mesmo que seja nas recordações de alguém...

Mas tem de ser escrito de tal forma que possamos lá voltar sempre que assim o desejarmos... como se estivéssemos a viver através dessas personagens... como se a estória deles pudesse ser a nossa... como se aquele universo paralelo fosse tão real como este... mas acima de tudo que o principal objectivo não fosse "viver felizes para sempre", mas sim "viver sempre com toda a intensidade cada momento que nos faz felizes"...

Mas um dia prometo que vou tentar... e vai começar assim:

"PARA TI..."

MSM

FANATISME*...ou talvez não

YouTube - Fanatismo Letras

Se fosse fazer uma play list com a banda sonora da minha vida não restava espaço neste Blog... o porquê desta?!... Porque não?!...

«Estado psicológico de fervor excessivo, irracional e persistente(...) cuja apaixonada adesão a uma causa pode avizinhar-se do delírio»...parece-me muito bem!...

*Fanatismo (do francês "fanatisme") é o estado psicológico de fervor excessivo, irracional e persistente por qualquer coisa ou tema, historicamente associado a motivações de natureza religiosa ou política. É extremamente frequente em paranóides, cuja apaixonada adesão a uma causa pode avizinhar-se do delírio.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

MSM

"DECUPA"... considerações sobre a maternidade e outras coisas que tal...

(Maternidade-Almada Negreiros)
Foi com espanto que ao comentar algo que li escrito num blog, sobre a vontade de ter ou não filhos , que a minha mãe me refrescou a memória em relação ao facto de já ter havido uma altura em que je dizia à boca cheia que não queria ter filhos... Talvez fruto de uma intempestiva crise de fim de adolescência o facto é que não me recordo de tal "decisão", que pelo ar de quase pânico de mamãe, devem ter sido palavras que à altura se revestiram de um carácter definitivo e irreversível...

No entanto, por muito que esforce a minha memória, não me recordo de tal "f(r)ase"... mas para a minha mãe deve ter sido deveras marcante... não ter netos da única filha!...

Mas de regresso ao que realmente interessa... já li vários comentários na blogosfera sobre a vontade inexistente de algumas mulheres em ter filhos... e o facto é que nenhum deles me chocou! Sejamos coerentes... se temos de respeitar a individualidade de cada um e a capacidade de cada qual de fazer as suas próprias escolhas, quem sou eu e em que estudo cientifico me baseio, a não ser na minha própria experiência, para afirmar que é o destino de TODAS as mulheres parir...

A verdade é que para mim aconteceu "naturalmente"... a certa altura senti essa necessidade, a oportunidade surgiu (e desengane-se quem pense que a oportunidade chegou logo "de..mo...rou")...


Voltei atrás para ler o que escrevi e tenho a certeza que algumas pessoas iriam achar, como eu, que estou a abordar este assunto com demasiada leviandade... a verdade é que para mim a gravidez foi isso mesmo...NATURAL...

ADOREI estar grávida!Mas melhor que essa experiência, é realmente a experiência de ser MÃE... e encaro tudo o que isso implica de forma...natural... talvez tenha haver com o facto de desde pequena ter tido sempre a vontade de ser mãe ainda que não biológica...mas MÃE! (Vá-se lá saber porquê que mamãe não se recorda disso...)

E se me perguntarem se o nascimento do meu filho foi a melhor experiência da minha vida...foi uma das...se é a pessoa mais importante da minha vida...é uma das... se me imagino actualmente sem ele...NEM PENSAR!Isto tudo resume-se numa frase dita por uma amiga num momento de sábia partilha de experiências, em que esta, já com um filhote, me dizia que o "amor incondicional" pelo filho não começou como para algumas pessoas na barriga, nem no parto, provavelmente nem nos primeiros meses de vida... mas foi crescendo de uma forma inexplicável até se tornar em algo que não é quantificável.

E para mim o que a maternidade me trouxe de melhor é o facto de finalmente ter descoberto o que é uma RELAÇÃO PERFEITA... AMAR alguém de forma incondicional é quando valorizamos o que essa pessoa tem de melhor, valorizamos a sua individualidade sem a sufocarmos, deixamo-la crescer enquanto pessoa sem tentar molda-la à nossa semelhança, quando nos tentamos fazer compreender sem gritar, quando não nos importamos de explicar 50 vezes a mesma coisa sem que isso nos aborreça mas pelo contrário nos faça sentir "especiais", e quando até os "defeitos" dela nos fazem sorrir quando ouvimos um "DECUPA"... e ter tudo isto sem ser preciso abdicar do facto de para além de ser mãe continuar a ser MULHER!

Agora só falta aprender a ter uma relação tão "CIVILIZADA" com os adultos....

P.S. Just for the record... hoje é daqueles dias em que me sinto "especialmente" feliz... mais uma vez vá-se lá saber porquê...mas enquanto conseguir MAXIMIZAR o BOM e desvalorizar o mau... prometo continuar a ser... FELIZ... Sem culpas!...



MSM