Tenho sempre grande dificuldade em lembrar-me de como já "fui"...
Como já fui infantil, como já fui imatura, como já fui ingénua, como já fui exagerada... e de como em todas as fases da minha vida tenho a pretensão de pensar que já não sou nada disso...
Mas por vezes algo (ou alguém) faz-nos voltar à realidade e pensar que existe uma hipótese ainda que ínfima de vivermos eternamente na "idade do armário"...
Não confundir "idade do armário" com a "idade da prateleira", porque essa infelizmente a maioria dos comuns mortais também passa e diga-se de passagem não faz muito bem ao Ego... por vezes vivemos toda a vida na prateleira à espera daquele alguém que de vez em quando nos vai lá buscar... mas isso cai na categoria da obsessão ou demência e é matéria para outro post...
A "idade do armário" é aquela dos sorrisos incontroláveis, do apaixonarmo-nos por tudo e por nada, de chorarmos baba e ranho por coisas insignificantes, por bebermos cada palavra dita por alguém como se fosse a fonte da vida, por acharmos que jamais seremos dignas de atenção por não estarmos à altura intelectual ou social, de perdoarmos o imperdoável, de fazermos o inconfessável, de esperarmos pacientemente e eternamente por aquela palavra certa seja desculpa, sinto o mesmo, sinto muito... e de dizermos e ouvirmos horrores até chegar ao ponto de não sabermos o porquê para mais tarde chegarmos à conclusão que é talvez a única altura em que nos dão atenção... ( ao reler este parágrafo parece-me que a diferença entre as duas não é muito grande... o armário existe sem prateleiras, o contrário já é mais difícil...)
Depois crescemos e pensamos que tudo isso acabou, que estamos abalizadas a dar conselhos porque "já passamos por isso"... erro crasso! It never goes away and for sure it will come back to haunt you... porque há pessoas que nos tiram do sério, por boas e más razões, e com algumas... closure?!... Não existe!
Note to self:
Been there...
Done that...
Get over it!
MSM